Se há alguém que lhe possa falar sobre oportunidades e desafios na exportação de produtos de manga seca da África Ocidental, é Aleksandar Jovanovic. É consultor internacional de marketing de exportação na Autentika Global, sendo uma das suas especialidades as mangas secas, e será ele um orador no West Africa Connect. Saiba mais sobre ele nesta entrevista!
Olá Aleksandar, pode falar um pouco sobre si?
“Sou da Sérvia e no meu trabalho tento sempre encontrar os melhores atalhos para as PMEs para poder impulsionar o seu negócio. Além disso, trabalho na área do desenvolvimento organizacional onde viabilizo projetos para o desenvolvimento de estratégias, otimização da comunicação interna, e melhoria das capacidades de liderança. Sou formado em tecnologia de frutas e sou autodidata nos requisitos e normas de compradores no mercado de frutas e legumes na Europa”.
Pode dizer algo sobre a procura de manga seca?
“A procura de manga seca na Europa continua a aumentar e estima-se que o mercado crescerá por uns 5 a 6 por cento anualmente. No passado, a África do Sul era o jogador mais potente, mas agora isto deslocalizou-se para a África Ocidental. Sobretudo o Burkina Faso é o principal fornecedor do mundo e o Gana e a Costa do Marfim também são outros mercados emergentes para manga seca.
Além de tudo, é preciso mencionar o mercado do Reino Unido quando falamos da Europa. Enquanto outros mercados europeus vendem principalmente mangas secas Kent e Keitt, empresas no Reino Unido promovem a variedade Carabao, também conhecida como manga Filipina ou manga Manila. A Carabao é percebido como oferecendo uma vantagem competitiva em termos de sabor em comparação com outras variedades, e vende-se por um preço mais elevado”.
No momento, vê alguma tendência ou evolução interessante na indústria da manga seca?
“Os europeus gostam do sabor exótico da manga e é bem popular a manga seca e cortada, em pedaços e sem conservantes. Isto é estimulado pelas tendências do “rótulo limpo” e de querer consumir mais snacks saudáveis. Enquanto os sulfitos são o principal aditivo para aumentar o prazo de validade e manter a cor da manga atrativa, muitas marcas agora querem mangas secas orgânicas totalmente sem aditivos. Um ponto no lado positivo: 70% da oferta de manga seca do Burkina Faso já é orgânica.
Outra tendência é a produção de manga seca como ingrediente para outros produtos, tais como cereais para o pequeno-almoço, manga seca macia e barras, rolos, paus e bolas de fruta. Cada vez mais, a manga seca em cereais contém produtos secos adoçados com sumo de fruta concentrado, em vez de fruta com açúcar injetado. No caso da manga seca macia, os produtores estão a utilizar a reidratação para aumentar o teor de água e tornar a manga mais mastigável.
No futuro, penso que o Nutri-Score ou uma novidade em volta ao rótulo europeu ainda por ser desenvolvido irá desempenhar um papel mais importante para os produtos de consumo. Agora, a manga seca é classificada como C, e penso que as empresas encontrarão soluções para garantir que as mangas sejam classificadas como “mais saudáveis” e consequentemente com um A ou B em vez disso”.
Tem algumas dicas para PMEs que queiram exportar mangas secas?
Seja pró-ativo, use técnicas de marketing para chagar até os clientes, e convide compradores a visitar a sua fábrica se realmente achar que está a cumprir todos os requisitos, sobretudo enquanto à segurança alimentar. Certifique-se de que tem pelo menos um certificado BRC, IFS ou FSSC 22000. Além disso, ao chegar aos compradores é importante ter em mente que o simples envio de um e-mail não é o suficiente. É preciso criar uma ligação pessoal e certifique-se de oferecer informação adicional também através de um website”.
Aleksandar Jovanovic é um dos oradores durante o primeiro webinar sobre oportunidades de exportação e desafios na indústria da manga da África Ocidental sobre no West Africa Connect, a 20 de Setembro. Fique de olho no nosso programa para saber mais em breve!