Com mais de 20 anos de experiência em agricultura e desenvolvimento rural, sem dúvida Thierry Paqui é bem experimentado e aprovado. Na revista FRUITROP ele escreve sobre o comércio de abacaxi, mas no West Africa Connect ele fará parte de uma discusão de mesa redonda sobre oportunidades de exportação e desafios na indústria de manga da África Ocidental, más uma especialidade dele. Vamos conhecer Thierry nesta entrevista.
Pode falar um pouco sobre seu passado?
“Eu estudei direito e agronegócios, e isto me permitiu trabalhar continuamente no setor de horticultura em países da África, Caribe e Pacífico (ACP). Durante várias missões nos países ACP, tenho trabalhado com diversos exportadores e organizações profissionais. Entre outros, ajudei esses exportadores a lidar com desafios em questão ao marketing e ao acesso dos seus produtos aos mercados europeus. E posso reforçar meus conhecimento das expetativas dos mercados de exportação pelo fato de frequentemente fazer controles de qualidade de frutas e vegetais exportadas dos países ACP para os importadores europeus”.
Portanto, as mangas frescas são populares na África Ocidental, mas também são uma fruta tropical muito apreciada pelos europeus. Por que a popularidade está a crescer, na sua opinião?
“No passado, eram apenas os países fora da Europa que forneciam mangas. Agora a fruta se tornou mais popular e disponível em muitas fontes diferentes, como na Espanha. Na verdade, a Espanha se tornou um dos países-chave para aumentar o interesse por este tipo de frutas na Europa. Além disso, muito tem a ver com a qualidade e a sazonalidade das diferentes fontes. Especialmente em termos de variedades, a maioria dos compradores está à procura da manga Kent da África Ocidental. Os consumidores europeus estão querem mangas coloridas e sem fibras e a Kent está a satisfazer todas essas exigencias”.
Quais são os mercados interessantes para as mangas frescas da África Ocidental?
“Um dos principais mercados é a França, principalmente porque há uma alta demanda por mangas marítimas e aéreas. As mangas africanas são mais competitivas, devido à sua proximidade aos mercados europeus. Além disso, os consumidores franceses não hesitam em pagar um pouco a mais por frutas exóticas de qualidade. Em termos de outros mercados, outros destinos interessantes são a Bélgica, a Alemanha e os Países Baixos, este último principalmente como centro de distribuição.
O que gostava de enfatizar, portanto, é que a Europa não é a única opção para os fornecedores da África Ocidental. O Marrocos, por exemplo, está comprando muitas mangas da Costa do Marfim. Como em todos os mercados, é preciso fazer a prospecção com due diligence, conhecer os custos e certificar-se de ter os contatos certos”.
Quais as tendências que oferecem oportunidades no mercado europeu de mangas?
“Existe um mercado para mangas orgânicas frescas, mas é um nicho dentro do nicho, principalmente devido ao dispendioso proceso de certificação que os fornecedores devem percorrer. Na minha opinião, é muito difícil ser rentável aquí, também devido a outras medidas que tens que tomar para poder vender produtos orgânicos. Em vez disso, concentre-se na qualidade, na qualidade e na qualidade. É como um mantra para mim e o que quero dizer com isto é: a concorrência é forte, portanto é imperativo investir na qualidade em todos os lados. Não é tanto uma questão de sabor, as pessoas já apreciam as mangas da África Ocidental por seu sabor. Ao invés disso, é uma combinação da qualidade da fruta em si, da maneira como tu tratas os seus cultivos durante o ano inteiro e fazes a colheita, e da embalagem, do manuseio e de ser consistente”.
Thierry Paqui é parte do primeiro webinar no West Africa Connect em 20 de setembro. Fique de olho em nosso programa para saber mais em breve!