Cozinha da África Ocidental: uma grande food trend

Jul 14, 2022

A cozinha da África Ocidental, incluindo a mandioca, tem o potencial de virar a próxima grande tendência alimentar, segundo os analistas da Mintel. A cozinha da África Ocidental é ainda relativamente inexplorada na Europa, por exemplo, mas oferece numerosas oportunidades de inovação. Abaixo pode encontrar o conteúdo republicado do blog Mintel.

Os ingredientes e sabores africanos estão a tornar-se cada vez mais populares nos sectores da alimentação, bebidas, saúde e beleza. Nos alimentos e bebidas, o foco principal tem estado nos sabores do Norte de África, porém, ultimamente notou-se um interesse crescente na cozinha quase inexplorada dos países da África Ocidental, como o Gana, Nigéria e Senegal.

São vários fatores que crescentemente chamam a atenção para a cozinha da África Ocidental, mas será que ja chegámos a um momento decisivo em que o reconhecimento impulsiona a inovação de produtos comercialmente viáveis? E como é que as marcas privadas aproveitam esta tendência? Tal como mostra a curva de adopção com muitas “cozinhas emergentes”, a interessante inovação está a acontecer no foodservice, principalmente em mercados de street food, pop ups e estabelecimentos de refeições rápidas e casuais independentes, mas há também alguns exemplos excitantes de marcas inspiradas na África Ocidental e de marcas mais populares que adoptam sabores africanos.

Alguns dos ingredientes-chave da África Ocidental que poderiam ser destacados na inovação de produtos incluem nozes de cola, moringa, banana, inhame, mandioca, gengibre, pimenta scotch bonnet, feijão, fonio, quiabo, amendoim e sorgo. Os pratos da África Ocidental, muitas vezes, não contem glúten e são ricos em proteínas vegetais, harmonizando com as tendências actuais.

Operadores de Foodservice a tornar a cozinha da África Ocidental mais acessível
A nova estrela da cozinha da África Ocidental no Reino Unido é Zoe Adjonyoh, nascida no Gana. Ela cresceu em Londres e começou o seu pop-up chamado “Zoe’s Ghana Kitchen” que logo foi muito elogiada pela crítica. Segiu em 2017 a escrever o seu bem recebido primeiro livro com o mesmo nome. Adjonyoh, junto com alguns jovens empreendedores migrantes ou da segunda geração de africanos ocidentais, estão a assumir o comando na sensibilização para a cozinha diversificada da sua pátria.

Merece também uma menção honrosa o Ikoyi, o primeiro restaurante nigeriano de fine dining no Reino Unido, que abriu as portas em 2017 recebendo muitos elogios pela crítica e em 2018 tornou-se o único restaurante africano no Reino Unido a ganhar uma estrela Michelin. A criar uma fusão de técnicas aprendidas no Noma e no Dinner Heston Blumenthal com ingredientes tradicionais nigerianos, o resultado é uma interpretação moderna e frequentemente não tradicional da cozinha da África Ocidental que agrada aos consumidores curiosos por novas experiências alimentares.

Há espaço para mais inovação inspirada na África Ocidental no mercado
Os cozidos “Red Red Super Stews” da Unilever: Inspiradas em África e reformuladas por Londres, estas refeições veganas para preparer em uma só panela utilizam receitas criadas em colaboração com a Zoe’s Ghana Kitchen, mencionada acima. Actualmente, a gama inclui Quiabo Fumado & Lentilhas; Fejão Caupi & Tomate; e Fejão Vermelho & Batata Doce. Para cada panela, o fabricante doa fundos (£0,12) à Farm Africa, apoiando programas de agricultura sustentável na África Oriental.

A oportunidade
A cozinha em grande parte inexplorada da África Ocidental oferece numerosas oportunidades de inovação. A região tem muitos ingredientes variados e únicos e a sua utilização pode elevar um produto quando a proveniência da África Ocidental é destacada. Para atender a estes consumidores que procuram uma “aventura segura”, a inovação que conjuga sabores vibrantes da África Ocidental com formatos modernos bem conhecidos tem um grande potencial de funcionar bem nos mercados europeus. A cena do foodservice da África Ocidental está a florescer e há oportunidades de parcerias entre os restaurantes/chefs emergentes e marcas proprias ou privadas para levar estes sabores às massas.

Fonte: Mintel.com